quarta-feira, 27 de abril de 2011

Sociedade Ativa: "Sonhar é romper limite do possível" sociedade rica é sociedade sem pobreza


Recentemente acompanhei uma reportagem na ISTOÉ, acerca do Plano de Combate à Miséria que a Presidente Dilma prepara para lançar agora no mês de maio.
Segundo a reportagem, o Brasil ainda tem 15 milhões de brasileiros que vivem
com renda inferior a R$ 138,00 mensais, consideradas miseráveis em termos
sócio-econômicos. Essas pessoas vivem na Região Norte (ribeirinhos), no
Semi-Árido nordestino e na periferia das 11 regiões metropolitanas. Ao todo,
somam 8% da população brasileira e cada família tem uma história bastante
triste. Mulheres com filhos abandonadas pelos maridos; pessoas idosas largadas
pelas famílias; moradores de favelas, barracos em áreas ocupadas nas cidades;
guetos urbanos escondidos por detrás da urbanização ou em áreas de lixões.

Coincidentemente semana passada, assisti ao filme “Lixo Extraordinário”  um documentário que representou o Brasil no
Oscar 2011 e que se baseia na ação do fotógrafo e artista plástico Vik Muniz na
comunidade conhecida como Jardim Gamacho, no Rio de Janeiro, colada no maior
aterro sanitário do Brasil onde residem milhares de pessoas que vivem do lixo
ali depositado. Juntando essas duas coisas, resolvi abordar esse tema com a
finalidade de discutir a pobreza nas cidades e em especial, Ribeirão Preto. A
Presidente Dilma adota, nesse momento, a frase “ País rico é pais sem pobreza”
ao lado da marca BRASIL para marcar o seu governo, que anteriormente usada “
BRASIL: um país de todos” uma marca da inclusão.
Como já temos uma nova classe
média brasileira que surgiu nos últimos 10 anos e que se confirma o salto de
inclusão com os programas sociais públicos, principalmente o federal, durante
do governo Lula, agora temos de cuidar da erradicação da pobreza e da miséria,
duas aliadas que andam juntas e que causam o maior estrago no tecido social do
país.
Pobreza e miséria em cidades é sinônimo de exclusão, de localização
periferia. Não há uma só cidade no planeta que tenha bolsões de moradores
pobres residentes em áreas centrais: local de pobre é na periferia. Isso nós sabemos. É aqui e é em qualquer
lugar.
Se é na periferia, é problema que o urbanismo deveria ser convocado para
resolver, com ações de desenho da malha, de regularização do solo urbano, de
novos conceitos de morar, de habitar, de recrear, enfim, de viver. É nesse
campo que levanto o tema. Pobreza é também questão de urbanismo, como é a
dengue ( quando os lotes baldios ficam entupidos de lixo), como é o transporte,
o saneamento e a habitação. O combate à pobreza no Brasil é conhecido por toda a sociedade. Lembremos da Campanha pelo
Combate à Fome do Betinho nos anos 1990; lembremos das ações pastorais, enfim.
Mas as políticas sociais municipais deixam muito a desejar no campo do combate
à pobreza. Para os prefeitos em geral, pobreza é assunto do governo federal.
Prefeitura tem de cuidar do lixo, do asfalto, de novas obras de
infra-estrutura, etc. Combater a pobreza e até o analfabetismo no Brasil
republicano não é tarefa municipal; nem estadual. Pois bem. Se dependermos
apenas do governo federal para resolver esse mais grave problema social
brasileiro – a pobreza/miséria, levaremos décadas para equalizar, resolver.
Mas se tivermos ações e políticas municipais e estaduais que incorporem a
necessidade de entrar nessa seara, certamente a velocidade irá ajudar a reduzir
o abismo que nos separa desses 15 milhões de brasileiros.
Em Ribeirão Preto, a ação poderia ser integradora entre o governo, as universidades, as entidades mais ricas do estado, as grandes empresas e conglomerados, bancos,
cooperativas, etc. Um plano vindo desse grupo, palmilhando todos os lugares e
comunidades pobres, identificando e cadastrando os beneficiários, certamente
teria um efeito nacional enorme.
Quando o governo federal chegar com a sua
proposta, São Paulo terá orgulho de dizer que o dever de casa começou e a sociedade Ribeirãopretana sentirá orgulho de dizer para todos que sociedade rica é
sociedade sem pobreza. Mãos à obra por aqui é dizer que o trabalho é todo alicerce de riqueza da sociedade, para nós sociedade que sustenta a malha e a estrutura do governo.

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